A mente humana é um universo em constante construção, preenchendo vazios cognitivos com narrativas que moldam nossa percepção da realidade. Essa foi a premissa de uma profunda conversa que se estendeu pela madrugada, desvendando as camadas da consciência e do inconsciente, e o impacto avassalador da era digital nessa intrincada arquitetura psíquica e social.
A jornada começou com a psicanálise, evocando Freud e Lacan para entender como a memória é uma reconstrução permeada por fantasias e mecanismos de defesa. A ideia de que nossas "verdades" são frequentemente moldadas por preenchimentos inconscientes ressoou, com Elizabeth Loftus reforçando a maleabilidade da memória e Daniel Kahneman revelando os vieses cognitivos que nos levam a construir histórias coerentes, ainda que imperfeitas.
O diálogo se aprofundou nas forças que condicionam o comportamento humano, especialmente no coletivo. De Pavlov e Skinner, que desvendaram os mecanismos do condicionamento clássico e operante, à "Psicologia das Massas" de Gustave Le Bon, que descreveu a desindividualização e o contágio mental em grupos. Essa compreensão se estendeu à era digital com Cass Sunstein, que explicou como a arquitetura da escolha e as "cascatas de disponibilidade" influenciam nossas decisões, e Byung-Chul Han, que lançou um olhar crítico sobre o "enxame digital" – uma massa atomizada e psicopoliticamente controlada, diferente da multidão coesa de outrora.
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