A presente obra de Antonio Costta é mais uma epopéia artística sobre essa região do mundo, mais um registro poético da odisséia do homem no Nordeste do Brasil, mais uma denúncia da realidade social desta terra. O grande mérito de Antonio Costta é fazer poesia abordando temas cujo personagem principal é o homem e seu meio, embora seja um assunto sobejamente abordado por artistas de todas as tendências. O regionalismo, inclusive, foi o mote principal de seu conterrâneo ilustre, José Lins do Rego.
Em conseqüência, sua representação poética, enquanto recebe influência de Carlos Drummond de Andrade, faz citações de Zé da Luz, Jessier Quirino e outros poetas regionalistas, valorizando in extremis os elementos da cultura popular nordestina, o que não deixa de ser elogiável diante do grave problema do colonialismo cultural que relega ao esquecimento nossa realidade e nossas formas de expressão.
Iniciativas desse quilate merecem o acolhimento de todos quanto prezam a cultura e se dedicam à sua difusão. A Sociedade Amigos da Rainha d o Vale do Paraíba, da qual Antonio Costta é membro, sente-se feliz em ver que, de uma forma ou de outra, a produção cultural em Itabaiana tem prosseguimento.
Escrever é um ato de coragem. Já dizia o mestre Mário Quintana: “qualquer poema é uma aventura, boa ou má”. Nossas congratulações a esse persistente e dedicado poeta.
Fábio Mozart
(Jornalista, poeta e dramaturgo)
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